Na semana passada, foi-me enviado um panfleto que muito me chamou atenção, por se tratar de um grupo que se diz evangélico. O panfleto era assim: ORAÇÃO PELOS MORTOS – Dia 02 de novembro (dia dos finados), estaremos realizando uma prece pelas almas dos mortos.
Ontem, foi comemorado entre os membros da instituição religiosa católica – O Dia dos Finados. Mutirões em caminhada para visitar o túmulo dos falecidos, velas são acesas, missas são celebradas e intercessões são feitos para que os tais alcancem um bom lugar no céu.
A bíblia nos ensina a orar pelos mortos?
Qual a origem desta prática?
Qual a origem desta prática?
ORIGEM
A prática de orar pelos defuntos iniciou-se por volta do 5º século (d.c), quando a igreja passou a dedicar um dia especifico do ano para rezar pelos seus mortos. No entanto, o culto de finados somente seria instituído na França, no século X, através de um abade beneditino de nome Cluny. Um século depois, os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigaram aos fiéis a dedicarem um dia inteiro aos mortos. Já no século XIII o dia de rezar pelos finados finalmente começou a ser celebrado em 2 de novembro. Essa data foi definida por ser um dia depois da comemoração da Festa de Todos os Santos, que seria um dia reservado às orações pelas almas no purgatório. O dia de finados começou a ser aceite por Roma em 998 D.C., juntamente com a celebração do dia de todas as almas, e foi oficializado no início do século XI, sendo cristalizado já no século XX.
Em 1439, quando Roma bateu o martelo decisivamente pró doutrina do purgatório, o dia de finados foi fortalecido, sendo confirmado definitivamente com o Concílio de Trento, no século XVI, que inseriu na Bíblia católica romana os livros apócrifos.
Conceito católico
Purgatório é o lugar de purificação em que as almas dos justos, que não se santificaram suficientemente neste mundo, hão de completar a sua purificação, “por intervenção do fogo”, para serem admitidas no Céu, “onde nada de impuro entrará”. (Apocalipse 21,27) É, pois, o lugar em que as almas dos que morrem na amizade de Deus, isto é, em estado de graça - mas com alguma dívida por culpas leves, ou por culpas graves já perdoadas sem a devida expiação - se purificam inteiramente para entrar no Céu, a visão e posse de Deus. Ali gozarão para sempre da sua perfeita felicidade na glória celeste. Agora, só a alma. E depois da ressurreição da carne, unida ao próprio corpo
QUAL A BASE DESSE ENSINAMENTO!
Para os católicos romanos a referência bíblica que fundamenta esta prática encontra-se em 2 Macabeus 12.44.
“Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas.” (Bíblia Ave Maria)
O livro citado acima é considerado apócrifo para nós protestantes, ou seja, ele não faz parte do cânon bíblico aceito como inspirado por Deus. Os católicos crêem que os vivos tem a possibilidade de fazer algo pelos mortos, por isso acendem velas, oram por eles e até pedem perdão pelos seus pecados. Essa prática, porém, está definitivamente contrária ao que diz a palavra de Deus.
POR QUE ELES AGEM ASSIM?
Porque segundo a doutrina católica, os mortos, na sua maioria estão no purgatório e para sair mais depressa desse lugar, pensam que estão agindo corretamente mandando fazer missas, rezas e acender velas. Crêem os católicos que quando a pessoa morre, sua alma comparece diante do arcanjo São Miguel, que pesa em sua balança as virtudes e os pecados feitos em vida pela pessoa. Quando a pessoa não praticou más ações, seu espírito vai imediatamente para o céu, onde não há dor, apenas paz e amor. Quando as más ações que a pessoa cometeu são erros pequenos, a alma vai se purificar no purgatório.
O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE A SITUAÇÃO DOS MORTOS
E Jesus contou sobre a situação dos mortos Lc 16.19-31.
19 Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente.
20 Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele;
21 e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras.
22 Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado.
23 No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.
24 Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos.
26 E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.
27 Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna,
28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento.
29 Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.
30 Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão.
31 Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.
Nessa parte bíblica destacamos quatro ensinos de Jesus:
Nessa parte bíblica destacamos quatro ensinos de Jesus:
a) que há consciência após a morte, V. 23
b) existe sofrimento e existe bem estar, v. 25
d) a situação dos mortos não permite mudança. Cada qual ficará no lugar da sua escolha em vida, v. 26
c) não existe comunicação de mortos com os vivos, v. 27-31
Diante desta verdade Bíblica, precisamos aprender que:
1. No livro de Hebreus 9.27 se lê que após a morte segue-se o juízo - “ E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”.
2. É durante o estado de vida, que o ser humano é convidado a aceitar a salvação pela fé em Cristo Jesus (Gal 2:16; Atos 4:12; I João 5:11-12) e aguardar o dia da gloriosa ressurreição onde Deus chamará os que dormem para devolver-lhes a vida (I Tess 4:16-17, I Cor 15:51-54).
O motivo é que para alguém ser salvo, é necessário crer em Jesus,
a) pois sem Jesus somos pecadores perdidos (Rom 3:23; 6:23); b) confessar sua condição pecaminosa (I João 1:9; Miq 7:18,19)
c) e arrepender-se dos seus pecados (Atos 3:19; I João 1:9).
c) e arrepender-se dos seus pecados (Atos 3:19; I João 1:9).
COMO DEUS SE SENTE DIANTE DA MORTE DOS HOMENS?
“Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham” - Apocalipse 14.13.
O apóstolo João declarou em Apocalipse 14.13 – Felizes (Bem Aventurados) são os mortos que descansaram no Senhor… ou seja; durante o estado “vivo” (Racional), tomaram a decisão por aceitar o plano da salvação. A felicidade é creditada pelo fato de que um dia Deus devolverá a vida a estas pessoas e por isso, a morte é comparada para estes, como um sono, I Co 15.51-55
2. O Impio (incrédulo)
Contudo, a mesma Bíblia diz que não tem prazer na morte do ímpio, Ez 33.11
“Dize-lhes: Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel?"
Por que? Porque os que escolheram viver fora do propósito de Deus, que escolheram o caminho largo irão para o lugar de tormento consciente de onde jamais poderão sair, Mt 7.13-14.