Comunidade

Comunidade

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

CULTO DE SANTA CEIA - 13/10/2013


Se a morte de Cristo na cruz é o verdadeiro significado de sua encarnação, não existe evangelho sem a cruz. O nascimento de Cristo, por si mesmo, não é a essência do evangelho. Mesmo a ressurreição, embora seja importante no plano geral da salvação, não é o cerne do evangelho. As boas-novas não consistem apenas no fato de que Deus se tornou homem, ou de que Ele falou com o propósito de revelar-nos o caminho da vida, ou de que a morte, o grande inimigo, foi vencida. As boas-novas estão no fato de que Deus lidou com nosso pecado (do que a ressurreição é uma prova); que Jesus sofreu o castigo como nosso Representante, de modo que nunca mais tenhamos de sofrê-lo; e que, por isso mesmo, todos os que crêem podem antegozar o céu. Gloriar-se na Pessoa e nos ensinos de Cristo somente é possível para aqueles que entram em um novo relacionamento com Deus, por meio da fé em Jesus como seu Substituto.

A ressurreição não é apenas uma vitória sobre a morte, mas também uma prova de que a expiação foi satisfatória aos olhos do Pai (Rm 4.25) e de que a morte, o resultado do pecado, foi abolida por causa desta satisfação. Qualquer evangelho que proclama somente a vinda de Cristo ao mundo, significando a encarnação sem a expiação, é um falso evangelho. Qualquer evangelho que proclama o amor de Deus sem ressaltar que seu amor O levou a pagar, na pessoa de seu Filho, na cruz, o preço final pelos nossos pecados, é um falso evangelho.

O verdadeiro evangelho é aquele que fala sobre o “único Mediador” (1 Tm 2.5-6), que ofereceu a Si mesmo por nós. E, assim como não pode haver um evangelho que não apresenta a expiação como o motivo para a encarnação, assim também sem a expiação não pode haver vida cristã. Sem a expiação, o conceito de encarnação facilmente se degenera num tipo de deificação do homem, levando-o a arrogância e auto-exaltação. E além disso, com a expiação (ou sacrifício) como a verdadeira mensagem da vida de Cristo e, por conseguinte, também da vida do cristão, quer homem ou mulher, esta deverá conduzi-lo à humildade e ao auto-sacrifício em favor das reais necessidades de outros.

A vida cristã não demonstra indiferença àqueles que estão famintos e doentes ou têm qualquer outra dificuldade. A vida cristã não consiste em contentar-nos com as coisas que temos, ou com um viver da classe média, desfrutando de uma grande casa, carros novos, roupas finas e boas férias, ou com uma boa formação educacional, ou com a riqueza espiritual de boas igrejas, Bíblias, ensino correto das Escrituras, amigos ou uma comunidade cristã. Pelo contrário, a vida cristã envolve a conscientização de que outros carecem de tais coisas; portanto, precisamos sacrificar nossos próprios interesses, para nos identificarmos com eles, comunicando-lhes cada vez mais a abundância que desfrutamos...Viveremos inteiramente para Cristo somente quando estivermos dispostos a empobrecer, se necessário, para que outros sejam ajudados. 























LIÇÃO 07 – DISCIPULADO – PROSSIGA EM CONHECER A DEUS (Os 6.1-6)


INTRODUÇÃO

            A maior fraqueza na igreja hoje é uma falta do conhecimento de Deus. Muitos são como os samaritanos, de quem Jesus disse: “Vós adorais o que não sabeis;” (João 4:22). João 17:3 mostra a importância de conhecer a Deus: E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.

O que poderia ser mais importante que isso?
A infalibilidade bíblica é o fundamento da fé cristã e a doutrina de Deus é o fundamento do qual as outras doutrinas dependem. Portanto o cristão deve se esforçar para alcançar o entendimento correto de Deus. E todo entendimento correto que temos a respeito de Deus só pode vir de sua própria palavra, por intermédio de quem temos a apresentação correta sobre a Pessoa e o Ser de Deus.
Através das Escrituras, percebemos as virtudes e os atributos de Deus, os quais nos dizem não quem Ele é em si mesmo, mas, antes, o que Ele é em relação a nós, de sorte que este conhecimento dele consista mais de viva experiência do que vazia e leviana especulação.
A existência de Deus é vista por toda Escritura Sagrada, o que significa que qualquer assunto que quisermos saber a respeito de Deus, só encontraremos nas Escrituras.

1. O CONHECIMENTO DE DEUS

“Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeições. Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno, incompreensível, - onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo para a sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível em seus juízos, pois odeia todo o pecado; de modo algum terá por inocente o culpado”.[1]

O personagem principal da Bíblia é Deus. O maior mandamento da Bíblia é amar a Deus. O mais alto privilégio que um homem pode ter é conhecer a Deus (Jo 17.3). A Bíblia salienta a importância de conhecer a Deus, Os 4.1; Cl 1.9-10.

Há limitações em nosso esforço para conhecer a Deus. Os homens não podem ver a face de Deus, Êx 33.18-23. Isto significa que o homem não somente não pode enxergar a aparência física de Deus, mas significa também que nesta vida jamais poderemos totalmente conhecer a Deus, Rm 11.33. Nossas limitações, contudo, não deverão impedir-nos de conhecer a Deus o quanto pudermos, Sl 145:1-5.

2. AS ESCRITURAS REVELAM QUEM É DEUS [2]

Deus nos revela nas Escrituras, suas muitas qualidades: 

1. Deus é eterno, Sl 90.2; Jd 25 - É difícil até mesmo imaginar um ser que sempre existiu e sempre existirá, eterno e imutável. Tudo o mais teve um começo, terá um fim e sempre está mudando. 

2. Deus é onisciente. Ele sabe tudo: tudo o possível, tudo real, todos os eventos e todas as criaturas, do passado, o presente e o futuro. Ele está perfeitamente familiarizado com cada detalhe na vida de cada ser no céu, na terra e no inferno, (Dn 2.22). Nada escapa à Sua atenção, nada pode ser escondido dEle, nada é esquecido por ele, (Sl 139.6) . Seu conhecimento é perfeito. Ele nunca erra, nunca muda, nunca esquece nada, (Hb 4.13).
3. Deus tem todo o poder. Ele é, frequentemente, descrito como "Todo-poderoso". Que grande e espantoso Deus! Deus impera sobre tudo. "Sabei que o Senhor é Deus: foi ele quem nos fez e dele somos; somos o seu povo, e rebanho do seu pastoreio" (Salmo 100:3). Esta é a razão mais fundamental para obedecer a Deus. Ele nos possui; ele tem o direito de mandar e imperar. Foi-nos dada por Deus a capacidade, porém não o direito, de desobedecer, Rm 9.12-23.

3. CONHECENDO DEUS ATRAVÉS DE SEUS NOMES [3]

Dr John Gill, que com muita clareza e sobriedade, nos dá um entendimento relevante a respeito do estudo dos nomes de Deus e de sua necessidade de apresentação.

“Tratar sobre a existência de Deus, e das coisas de Deus, é próprio começar com seus nomes e onde o nome de Deus não é conhecido, ele mesmo não pode ser conhecido e por isso a consideração de seu nome, ou nomes, é digno de respeito, porque eles servem para conduzir-nos a respeito de algum conhecimento de sua natureza e perfeições…”[4]

NOME
SIGNIFICADO
REFERENCIAS BÍBLICAS
Elohim
Soberano Criador
Gn1.26,27
El-Shaddai
Deus Todo Poderoso, Onipotente.
Gn 17.1
El-Elyon
Deus Altíssimo
Dn 4.2 e 5.18
Adonai
Deus como Governante todo-poderoso
Pv 9.10
Jehovah/Yhaweh
“EU SOU” Aquele que se revela
Êx 3.14
Jehovah Jireh
O Senhor proverá
Gn 22.14.
Jehovah Rapha
O Senhor que cura
Ex 15.25,26.
Jehovah Nissi
O Senhor é a nossa bandeira
Ex 17.15
Jehovah Shalom
O Senhor é a minha paz
Jz 6.24
Jehovah Rohi
O Senhor é meu pastor
Sl 23.1
Jehovahtsidkenu:
O Senhor é a nossa Justiça
Jr 23.6.
Jehovah-Shammah
O Senhor está aqui
Ez 48.35.
Jeová-M’kadesh
Deus que santifica
Lv 20.7-8
Jeová-Tsebaô
Senhor dos Exércitos
Sl 46.7
Fonte [5]

4. NOSSA RESPOSTA AO CONHECIMENTO DE DEUS.

Cada vez que as Escrituras mencionam que homens encontraram a Deus, lemos que eles caíram diante dele em temor e reverência (Is 6). Aqueles que chegam a entender a natureza de Deus, se humilham diante dele, Hb 12.28-29.

1. Temos que ser reverentes quando falamos sobre Deus. Jamais devemos falar de Deus por brincadeira; não devemos sequer falar dele negligentemente; e não devemos nunca tomar seu santo nome em vão. Frequentemente dizem, "Ó meu Deus" ou "Ó meu Deus do céu", sem pensar, Ex 20.7: Sl 39.3.

2. Temos que ser reverentes quando falamos a Deus. A magnificência de Deus deverá certamente levar-nos a adorá-lo de forma correta, o contrário produz morte, Lv 10.1-2.
Adorar a Deus com os lábios, enquanto a mente se distrai, e adorar a Deus de acordo com fórmulas e modelos inventados pelos homens é expressamente proibido, Mt 15.8-9. 

3. Temos que ser reverentes quando ouvimos as palavras de Deus. Em Neemias 8, Esdras lia a lei desde manhã cedo até o meio dia, enquanto todo o povo, de pé, ouvia atentamente. Eles, então, estavam querendo obedecer, em cada detalhe, a palavra que lhes era lida, Ec 5.1.

Para Concluir:
O Senhor Jesus chega a dizer que aqueles que conhecem a Ele e ao Pai, não são chamados de servos, mas sim de amigos, ou seja, o conhecimento muda o tipo de relacionamento, de senhor e servo para um relacionamento de amizade com Deus!
Conhecer a Deus ultrapassa a linha do que pode ser ensinado ou aprendido de forma didática. Conhecer a Deus é fruto de intimidade e relacionamento, de abertura e acolhimento. Conhecer a Deus e ser conhecido por ele é o único caminho para a mais completa e real experiência transformadora. Se Deus te chama para esta jornada põe-te a caminho e vai, a liberdade te espera.




[1] A Confissão de Fé, O Catecismo Maior, O Breve Catecismo. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1991, pág. 12
[2] PINK, A. W. Os Atributos de Deus. São Paulo, PES, 1990. 
[3] BANCROFT. E. H. Teologia Elementar. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 2005.
[4] Gill, John. A Body of Doctrinal 7 Pratical Divinity,  Chaper 3, Of ther  Names of God, Book
[5] HICKEY, Marilyn, Os Nomes de Deus. Rio de Janeiro: Editora Adhonep, 1994, pág  211.