INTRODUÇÃO
A maior fraqueza na igreja
hoje é uma falta do conhecimento de Deus. Muitos são como os samaritanos, de
quem Jesus disse: “Vós adorais o que não sabeis;” (João 4:22). João 17:3 mostra a
importância de conhecer a Deus: “E
a vida eterna é esta: que te
conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste”.
O que poderia ser mais importante que
isso?
A infalibilidade
bíblica é o fundamento da fé cristã e a doutrina de Deus é o fundamento do qual
as outras doutrinas dependem. Portanto o cristão deve se esforçar para alcançar
o entendimento correto de Deus. E todo entendimento correto que temos a
respeito de Deus só pode vir de sua própria palavra, por intermédio de quem
temos a apresentação correta sobre a Pessoa e o Ser de Deus.
Através das
Escrituras, percebemos as virtudes e os atributos de Deus, os quais nos dizem
não quem Ele é em si mesmo, mas, antes, o que Ele é em relação a nós, de sorte
que este conhecimento dele consista mais de viva experiência do que vazia e
leviana especulação.
A existência de Deus
é vista por toda Escritura Sagrada, o que significa que qualquer assunto que
quisermos saber a respeito de Deus, só encontraremos nas Escrituras.
1. O CONHECIMENTO DE
DEUS
“Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em
seu ser e perfeições. Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo,
membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno, incompreensível, - onipotente,
onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo para a sua
própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e
imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso
e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível em
seus juízos, pois odeia todo o pecado; de modo algum terá por inocente o
culpado”.[1]
O personagem
principal da Bíblia é Deus. O maior mandamento da Bíblia é amar a Deus. O mais
alto privilégio que um homem pode ter é conhecer a Deus (Jo 17.3). A Bíblia
salienta a importância de conhecer a Deus, Os 4.1; Cl 1.9-10.
Há limitações em
nosso esforço para conhecer a Deus. Os homens não podem ver a face de Deus, Êx
33.18-23. Isto significa que o homem não somente não pode enxergar a aparência
física de Deus, mas significa também que nesta vida jamais poderemos totalmente
conhecer a Deus, Rm 11.33. Nossas limitações, contudo, não deverão impedir-nos
de conhecer a Deus o quanto pudermos, Sl 145:1-5.
2. AS ESCRITURAS REVELAM
QUEM É DEUS [2]
Deus nos revela nas Escrituras, suas muitas
qualidades:
1. Deus é
eterno, Sl 90.2; Jd 25 - É difícil
até mesmo imaginar um ser que sempre existiu e sempre existirá, eterno e
imutável. Tudo o mais teve um começo, terá um fim e sempre está mudando.
2. Deus é
onisciente. Ele sabe tudo: tudo o
possível, tudo real, todos os eventos e todas as criaturas, do passado, o
presente e o futuro. Ele está perfeitamente familiarizado com cada detalhe na
vida de cada ser no céu, na terra e no inferno, (Dn 2.22). Nada escapa à Sua
atenção, nada pode ser escondido dEle, nada é esquecido por ele, (Sl 139.6) .
Seu conhecimento é perfeito. Ele nunca erra, nunca muda, nunca esquece nada,
(Hb 4.13).
3. Deus tem
todo o poder. Ele é, frequentemente,
descrito como "Todo-poderoso". Que grande e espantoso Deus! Deus
impera sobre tudo. "Sabei
que o Senhor é Deus: foi ele quem nos fez e dele somos; somos o seu povo, e
rebanho do seu pastoreio" (Salmo
100:3). Esta é a razão mais fundamental para obedecer a Deus. Ele nos possui;
ele tem o direito de mandar e imperar. Foi-nos dada por Deus a capacidade, porém
não o direito, de desobedecer, Rm 9.12-23.
3. CONHECENDO DEUS
ATRAVÉS DE SEUS NOMES [3]
Dr John Gill, que com muita clareza e sobriedade, nos
dá um entendimento relevante a respeito do estudo dos nomes de Deus e de sua
necessidade de apresentação.
“Tratar sobre a
existência de Deus, e das coisas de Deus, é próprio começar com seus nomes e
onde o nome de Deus não é conhecido, ele mesmo não pode ser conhecido e por
isso a consideração de seu nome, ou nomes, é digno de respeito, porque eles
servem para conduzir-nos a respeito de algum conhecimento de sua natureza e
perfeições…”[4]
NOME
|
SIGNIFICADO
|
REFERENCIAS BÍBLICAS
|
Elohim
|
Soberano Criador
|
Gn1.26,27
|
El-Shaddai
|
Deus Todo Poderoso, Onipotente.
|
Gn 17.1
|
El-Elyon
|
Deus Altíssimo
|
Dn 4.2 e 5.18
|
Adonai
|
Deus como Governante todo-poderoso
|
Pv 9.10
|
Jehovah/Yhaweh
|
“EU SOU” Aquele que
se revela
|
Êx 3.14
|
Jehovah Jireh
|
O Senhor proverá
|
Gn 22.14.
|
Jehovah Rapha
|
O Senhor que cura
|
Ex 15.25,26.
|
Jehovah Nissi
|
O Senhor é a nossa bandeira
|
Ex 17.15
|
Jehovah Shalom
|
O Senhor é a minha paz
|
Jz 6.24
|
Jehovah Rohi
|
O Senhor é meu pastor
|
Sl 23.1
|
Jehovahtsidkenu:
|
O Senhor é a nossa Justiça
|
Jr 23.6.
|
Jehovah-Shammah
|
O Senhor está aqui
|
Ez 48.35.
|
Jeová-M’kadesh
|
Deus que santifica
|
Lv 20.7-8
|
Jeová-Tsebaô
|
Senhor dos Exércitos
|
Sl 46.7
|
Fonte [5]
4. NOSSA RESPOSTA AO
CONHECIMENTO DE DEUS.
Cada vez que as Escrituras mencionam que homens
encontraram a Deus, lemos que eles caíram diante dele em temor e reverência (Is
6). Aqueles que chegam a entender a natureza de Deus, se humilham diante dele,
Hb 12.28-29.
1. Temos
que ser reverentes quando falamos sobre Deus. Jamais devemos falar de Deus por brincadeira; não
devemos sequer falar dele negligentemente; e não devemos nunca tomar seu santo
nome em vão. Frequentemente dizem, "Ó meu Deus" ou "Ó meu Deus
do céu", sem pensar, Ex 20.7: Sl 39.3.
2. Temos
que ser reverentes quando falamos a Deus. A magnificência de Deus deverá certamente levar-nos a adorá-lo de
forma correta, o contrário produz morte, Lv 10.1-2.
Adorar a Deus com os lábios, enquanto a mente se
distrai, e adorar a Deus de acordo com fórmulas e modelos inventados pelos
homens é expressamente proibido, Mt 15.8-9.
3. Temos
que ser reverentes quando ouvimos as palavras de Deus. Em Neemias 8, Esdras lia a lei desde manhã cedo até o
meio dia, enquanto todo o povo, de pé, ouvia atentamente. Eles, então, estavam
querendo obedecer, em cada detalhe, a palavra que lhes era lida, Ec 5.1.
Para Concluir:
O Senhor Jesus chega a dizer que aqueles que
conhecem a Ele e ao Pai, não são chamados de servos, mas sim de amigos, ou
seja, o conhecimento muda o tipo de relacionamento, de senhor e servo para um
relacionamento de amizade com Deus!
Conhecer
a Deus ultrapassa a linha do que pode ser ensinado ou aprendido de forma
didática. Conhecer a Deus é fruto de intimidade e relacionamento, de abertura e
acolhimento. Conhecer a Deus e ser conhecido por ele é o único caminho para a
mais completa e real experiência transformadora. Se Deus te chama para esta
jornada põe-te a caminho e vai, a liberdade te espera.
[1] A
Confissão de Fé, O Catecismo Maior, O Breve Catecismo. São Paulo: Casa Editora
Presbiteriana, 1991, pág. 12
[2] PINK, A. W. Os Atributos de Deus. São Paulo, PES, 1990.
[3] BANCROFT. E.
H. Teologia Elementar. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 2005.
[4]
Gill, John. A Body of
Doctrinal 7 Pratical Divinity, Chaper 3,
Of ther Names of God, Book
[5] HICKEY, Marilyn, Os Nomes de Deus. Rio de Janeiro:
Editora Adhonep, 1994, pág 211.
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