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sexta-feira, 29 de maio de 2015
ESTUDO Nº 03 - A FALTA DE ESPIRITUALIDADE (1 Coríntios 3.1-9)
INTRODUÇÃO
E a igreja vai bem? A resposta a esta pergunta depende
fundamentalmente da espiritualidade evidenciada pelos membros da igreja. Mas, o que é espiritualidade? A
espiritualidade cristã é uma expressão de devoção, que envolve o cristão em
todas as dimensões de sua vida na relação consigo próprio, com Deus e com o
próximo, determinando positivamente a maneira de pensar, falar e agir, enfim,
de ser e de viver. Através da confissão, do louvor, da
adoração, da meditação, do jejum, da oração e de outras atitudes e práticas
cristãs, o crente exercita a sua espiritualidade. Quando há espiritualidade a igreja vai
bem; quando não há, vai muito mal.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Certamente as questões tratadas por
Paulo nos capítulos 3 e 4 da primeira carta aos Corintios, envolvendo a
espiritualidade cristã, trazem advertências e orientações, tanto para os
membros
da
igreja, quanto para a liderança.
Nada pode ser mais infantil nos crentes
e que mais indique atraso espiritual como andarem divididos em rivalidades ou
dominados por espírito faccioso. O apóstolo Paulo censurando os coríntios,
declara-lhes que estão se mostrando como crentes carnais, crianças em Cristo.[1]
Antonio Gilberto (Pentecostal) escreveu:
“Os crentes de Corinto tinham dons espirituais
(1.7), mas muitos eram imaturos, insubmissos, ignorantes, além de carnais. Em
uma igreja é possível haver crentes fervorosos, que gostam de movimento e
agitação sem, contudo, haver espiritualidade real, advinda do Espírito Santo.
Às vezes o que parece fervor espiritual
é mais emocionalismo, resultante de motivações e mecanismos externos”.[2]
O objetivo do presente estudo é
despertar o povo de Deus para este problema, bem como suas conseqüências,
buscando assim corrigi-lo.
APLICAÇÕES
1. A FALTA DE
ESPIRITUALIDADE É DEMONSTRADA ATRAVÉS DE ATITUDES MESQUINHAS
Estas atitudes mesquinhas são
referidas no texto como segue:
1.1
– Ciúmes e contendas (3.3) – Em Corinto a falta de espiritualidade era
notória. Havia ciúmes e brigas entre os membros da igreja. O conceito característico do Novo
Testamento é que é uma das “obras da carne” (G1 5.20). Contendas
é
palavra que já encontramos em 1.11. Tanto ciúmes como contendas
apontam
para auto-afirmação e para rivalidades doentias. Paulo indaga se isto não é ser
carnal (sarkikos) e andar segundo
o homem. Esta
última expressão significa, “como homens naturais” (cf. 2:14).[3]
Apesar de ser algo extremamente
vergonhoso e constrangedor, tais atitudes ainda se repetem em muitas igrejas
hoje. O sentimento de inveja e ciúme continua a provocar contendas e divisões,
dificultando o relacionamento entre alguns crentes e o bem-estar da igreja. Na carta aos Colossenses, Paulo
recomenda algumas virtudes que podem evitar ou corrigir esta constrangedora
situação (Cl 3:12-16).
1.2
Disputas partidárias (3:4-9) – A unidade cristã estava sendo
prejudicada em função das preferências de cada grupo. Uns se diziam de Paulo,
outros de Apolo. Eles deixaram de compreender que, tanto Paulo quanto Apolo,
eram apenas instrumentos nas mãos do Senhor. “Enquanto os cristãos condicionarem a própria fé à preferência por um
pregador ou líder, demonstram fé imatura. Agindo assim, estão sendo levados por
princípios que dividem e que são contrários ao princípio básico que provém do
Espírito. A unidade em Jesus Cristo”. [4]
A atitude de endeusamento ou
subestimação deste ou daquele pastor ou líder, revela imaturidade e
carnalidade, pois, na verdade, ninguém é coisa alguma (3:7). Sendo assim,
devemos substituir as disputas partidárias por cooperação (3:8-9).
1.3
Deturpação do evangelho (3:11) – A falta da espiritualidade chega ao
ponto de excluir a centralidade de Cristo como o único fundamento, deturpando
assim o evangelho. Mas tal deturpação estava havendo em Corinto, como
conseqüência das
disputas.
Segundo R. N. Chaplin, “somente Jesus Cristo pode servir de base sobre
a qual edifiquemos a nossa fé; somente sobre o Senhor pode um vida remida ser
construída, e somente tendo por centro a pessoa de Cristo é que se pode fundar
uma comunidade cristã organizada. Por conseguinte, atribuir glória a qualquer
outro é roubar o Senhor Jesus Cristo da posição fundamental que Ele ocupa
apropriadamente em sua igreja”. [5]
1.4
Julgamentos indevidos (4:4) – O tratamento que eles estavam dispensando aos líderes
também demonstrava falta de espiritualidade. Estavam fazendo um julgamento que
não lhes cabia, que não era de sua competência. Por isso Paulo lhes diz: “Não
julguem ninguém antes da hora: Esperem o julgamento final, quando o Senhor
vier” (4:5).
Essa atitude tão comum em nossas
igrejas, onde algumas pessoas assumem as prerrogativas de emitir juízos muitas
vezes
precipitados
e indevidos, é condenada na Palavra de Deus e deve ser repudiada (Mt 7:1-3; Tg
4:11-12).
1.5
Auto-suficiência (4:8) – No entender de Leon Morris “os Corintios não sentiam falta de nada. Longe de progredirem na fé
cristã, estavam se aproximando da idéia estóica de auto-suficiência”.[6]
Paulo ironiza a comunidade (4.8) e em seguida contrasta a situação imaginária
da igreja com a real situação dos apóstolos (4:9-13). Esta atitude dos
Coríntios nos faz lembrar também da igreja de Laodicéia (Ap 3.14-22).
Por todas as atitudes aqui alistadas,
os Coríntios se mostravam demasiadamente imaturos e poucos espirituais. E você
e a sua igreja, como estão nestas questões?
2. A FALTA DE
ESPIRITUALIDADE É DESASTROSA PARA A VIDA CRISTÃ
2.1
A nível pessoal prejudica o crescimento na fé – A falta de espiritualidade
afeta diretamente o crescimento pessoal. Por isso, devemos cultivar a
espiritualidade individualmente; não podemos ficar dependendo dos outros nesta
questão (I Tm 1:18-19; II Tm 2:1,14-15).
Devemos nos esforçar para fazer a
diferença (Tt 1:10-16; 2.1). Se não assumirmos tal postura, o nosso crescimento
ficará prejudicado por causa dos outros.
2.2
A nível comunitário prejudica a unidade – Já no primeiro capítulo da carta
Paulo faz uma exortação à unidade, tocando nas questões que fazem parte do
texto básico deste estudo (1:10-13). Quando não há espiritualidade, não tem
como haver
unidade, pois, esta é fruto e a mais veemente expressão daquela. É oportuna a
recomendação de Paulo aos Efésios (Ef 4:1-6).
2.3
A nível global prejudica o testemunho – A falta de espiritualidade
desautoriza e enfraquece o testemunho da igreja perante o mundo. Aonde não há espiritualidade,
também não há obras nem amor e, segundo a Bíblia, são estas atitudes que
fortalecem o testemunho da igreja (Mt 5:16; Jo 17:21).
A igreja pode dispor de todos os
demais recursos, porém, se não tiver espiritualidade, o seu testemunho será
sempre ineficaz.
3. A FALTA DE
ESPIRITUALIDADE PRECISA SER CONFRONTADA
Este é um dos propósitos de Paulo ao
escrever esta carta. Mas, de que maneira e com que objetivo a falta de espiritualidade
deve ser confrontada?
3.1
Com autoridade e amor (3:1-2; 4:14-21)– Ao constatar que eles permaneciam ainda
crianças em Cristo, Paulo se sente no dever de agir como pai. E Esta ação paternal
se dá com autoridade e amor. Pastores e presbíteros devem sentir-se
desafiados a agir desta forma também (II Tm 2:24-25). Agir com autoridade é ter condições de
se colocar como modelo para os crentes (v. 16; I Pe 5:1-3) E agir com amor é
valorizar mais o ser humano do que o problema.
É Mathews Henry quem diz: “É uma característica feliz a do ministro do
Evangelho que possui espírito de amor e mansidão como qualidades predominantes,
sem que com isso perca sua justa autoridade”.[7]
3.2
Com o objetivo de promover a maturidade cristã – O propósito
com o qual a falta de espiritualidade deve ser confrontada é a promoção da
maturidade cristã. A falta de espiritualidade é o oposto da maturidade. E o
cristão é chamado a crescer na fé, amadurecendo espiritualmente (Ef 4:15-16; I
Pe 2:1-2; II Pe 3:17-18).
Certamente, a igreja só vai bem quando
os crentes têm convicção de que a falta de espiritualidade deve ser superada
pela maturidade cristã, e por isso, a buscam dia após dia.
[1] ERDMAN, Charles R. Primeira Epístola
de Paulo aos Coríntios. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1957. p.33
[2] GILBERTO, Antonio. I Coríntios: Os
problemas da igreja e suas soluções.
Lições Bíblicas 2T2009. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.5.
[3] MORRIS, Leon. I Coríntios - Introdução e Comentário. Série Cultura
Bíblica, volume 7. São Paulo: Editora
Mundo Cristão, 1989. p.51
[4] Comentário Bíblico na Bíblia
Sagrada Edição Pastoral.
[5] CHAMPLIN. R. N. O
Novo Testamento Interpretado - Versículo por Versículo, Volume 4. São Paulo: Editora Candeia, 1993
[6] IBID
[7] HENRY, Mathews. Comentário Bíblico Mathews Henry, Volume 2. Rio de
Janeiro: CPAD, 2008
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