Comunidade

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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

LIÇÃO 03 - DISCIPULADO - UM DIÁLOGO COM DEUS, MT 6.5-14


INTRODUÇÃO

Neste estudo, iremos considerar o ato mais religioso que um homem pode realizar - a oração.

"A oração é a conversa da alma com Deus. Um homem sem oração é necessária e totalmente irreligioso. Não pode haver vida sem atividade. Assim como o corpo está morto quando cessa sua atividade, assim a alma que não se dirige em suas orações a Deus, que vive como se não houvesse Deus, está espiritualmente morta" [1]

Jesus deu total importância a oração, Hb 5.7. Certamente que, para Jesus, a oração não somente proporcionava o beneficio emocional, mas produzia efeito concreto em sua vida e na vida dos outros. Deus o atendia, respondendo de fato, às suas orações.

Portanto, o Senhor nos lembra que não pode existir religiosidade sem este aspecto da vida cristã. Um crente que não ora, não pode vislumbrar outras facetas da fé. E se quisermos aplicá-lo completamente a nossa vida precisamos saber a maneira correta de orar. Diante disso, vejamos alguns aspectos importantes da oração.

1. UMA ORAÇÃO QUE FAZ A DIFERENÇA, Mt 6.5,7

a) Não é uma atitude hipócrita, Mt 6.5

Jesus condena aqui a postura dos fariseus (Oravam em pé nas Sinagogas e Praças para serem vistos pelos homens) e desmascara a futilidade do uso publicitário da oração para o prestígio pessoal. Esta, na realidade é uma prática ainda hoje praticada pelos judeus, que fazem orações na frente de todos naquilo que sobrou do muro do templo em Jerusalém. Logo, ficou enraizada na cultura desse povo. Seu objetivo era a exibição, marca característica de alguém hipócrita. Se era o reconhecimento o que buscavam já tiveram a recompensa e essa não veio de Deus.

b) Não é uma atitude vazia e ritualística, Mt 6.7

Os gentios têm seus “vícios” na oração. Não é igual a dos fariseus, mas igualmente deficientes. Esta é repleta de insistência e formas mântricas de religião (vãs repetições). A lógica gentílica entende que quanto mais repetir a oração, mas força ela terá (serão ouvidos).

Exemplo:- Os profetas de Baal, I Rs 18.26
- Os discípulos da Deusa Diana, At 19.34.
- Os católicos romanos com suas repetições do “Pai Nosso, ave Maria e santa Maria”


2. UMA ORAÇÃO COM ATITUDE E MOTIVAÇÃO, mt 6.6,8

a) Discrição (v.6)

A atitude do cristão na oração deve ser a da discrição. Enquanto os hipócritas procuram lugares públicos para orar, o cristão entra em seu quarto, fecha a porta e ora ao Pai que está em secreto. O cristão busca ser visto por Deus e não pelos homens. Sua espiritualidade, no que concerne à oração, é assunto entre ele e Deus. É claro que existirão momentos de revelar a piedade, como acontece na igreja, diante dos irmãos, mas aqui a ênfase recai sobre a vida cotidiana do crente em sua piedade natural com o Senhor frente a todos os momentos da vida. 

b) Dirigida ao Pai (v.6)

A oração tem sempre uma conotação de submissão confiante. Portanto, orar ao Pai significa sintonizar a nossa vontade com a dele; sabendo que Ele é Santo e a sua vontade também o é. 

Para que alcancemos êxito, algumas realidades precisam ser observadas;- A nossa oração deve ser dirigida unicamente a Deus, que é o nosso Pai Eterno, Rm 8.15-16
- A nossa oração deve chegar a Deus em nome de Jesus, Jo 14.13-14
- Jesus é o nosso intercessor, I Tm 2.5-6; Hb 7.24-25.
- O Espírito Santo é o nosso intercessor, Rm 8.26-27

Observação importante: Toda e qualquer oração que não é dedicada em nome de Jesus é heresia e agressão a santidade de Deus – Is 44.13-17,19; 45.20; Sl 115.3-8.


3. UMA ORAÇÃO QUE GLORIFICA A DEUS, Mt 6.9

a) Glorificando e Santificando a Deus, Mt 6.9

Procuramos Deus nos limites de nossas forças, confessando de forma contundente a nossa limitação; no entanto, Jesus Cristo nos desafia a esquecer as nossas questões, os nossos problemas e a conduzir os nossos olhos para a glória de Deus. Jesus nos mostra que por mais sérios e graves que sejam os nosso problemas e preocupações, Deus deve ter a primazia, Mt 6.33.

b) Submetendo-se a vontade de Deus, Mt 6.10

A oração não é uma tentativa de mudar a vontade de Deus, mas sim a manifestação sincera do nosso desejo de submeter-lhe os nossos projetos, aspirações, sonhos e necessidades. 

Erickson, escreveu: “Orar não é bem conseguir que Deus faça a nossa vontade, mas demonstrar que estamos interessados tanto quanto ele na concretização da sua vontade”[2]

Quando pedimos a Deus que faça a sua vontade, isso faz com que a oração seja feita com amor e confiança, certos de que a vontade de Deus é sempre a melhor, de que ela sempre é boa, agradável e perfeita, Rm 12.2; Sl 40.8; Ef 6.6.

c) Manifestando nossa necessidade físicas e espirituais (Pão Nosso e Perdão), Mt 6.11-13

V. 11 - Uma das coisas fascinantes que este texto de um modo especial nos ensina é que o Deus que cuida do universo, dos seus diversos sistemas e galáxias, sustentando todas as coisas com o seu poder, também cuida de nós, das nossas necessidades, por mais irrelevantes que elas possam parecer. Isso nos enche de reverente gratidão e conforto.

Portanto, o significado de “pão” aqui, é:
a) Nossa comida em geral, Lc 15.17
b) Nossas necessidades físicas, Lc 4.4

Desta forma, o “pão deve ser entendido, neste contexto, como tudo aquilo que é necessário à nossa vida: alimento, saúde, lar, esposa, filhos, bom governo, paz, vestuário, bom relacionamento social, etc.” [3]

V. 12 - A súplica pelo perdão de nossas dívidas aponta para a nossa total incapacidade de pagar-lhe: somos total e irreversivelmente devedores; portanto, a nossa postura é de humildade diante de Deus. O perdão de Deus mostra a nossa necessidade de sua misericórdia e a nossa total incapacidade de atingir o padrão de Deus, por isso, só nos resta suplicar humildemente: “perdoa as nossas dívidas”, e mais, muito agradecido, pelo fato de recebermos o perdão, prosseguindo em nossa caminhada, com plena consciência de que tudo que temos é pela graça de Deus, Sl 103.1-3,8,10,14.

V. 13 - Deus nos conhece bem, conhece as nossas fraquezas e limitações; e Satanás não age fora da esfera da permissão de Deus. Por isso, a tentação nunca é superior ao suprimento divino, I Co 10.13.

Quando fazemos esta oração estamos buscando o nosso socorro naquele que foi tentado e a venceu, Hb 2.18.

Para Concluir:

Aqui fica clara a distinção imposta pelo Senhor no que concerne a oração. Ela é um ato singular de adoração genuína. Os pagãos não conseguem realizar tal ato, visto que não O conhecem, não são íntimos e não conseguem orar corretamente. Apenas aqueles que mantêm uma relação filial com Deus atingem esse ideal. Se esta é a sua situação, lembre-se de tão grande graça. Louve ao Senhor por este privilégio e ao orar, descanse em paz e em confiança diante de seu Pai celestial.

A oração produz resultados psicológicos (paz de espírito, tranqüilidade), espirituais (maior sentido de vida) e concretos (atendimento real do pedido feito)”.[4]



[1] HODGE, Charles. Teologia Sistemática.  São Paulo: Hagnos, 2003. p. 1511.
[2] ERICKSON, Millard J. Introdução à Teologia Sistemática, São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 179
[3] MERKEL, F. Pão: in: BROWN, Colin. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova. 2000, Vol 3, p. 444.
[4] CÉSAR, Elben. Práticas Devocionais. Viçosa: Ultimato Editora, 2000. p. 20-21.





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